A Medicina Antroposófica consiste em um sistema médico terapêutico integrativo e complementar que amplia a medicina acadêmica com os conhecimentos da Antroposofia. Ela é praticada atualmente em mais de 60 países tanto no âmbito de ambulatórios, consultórios e clínicas quanto em hospitais de pequeno, médio e grande porte. Está presente oficialmente no sistema de saúde de alguns países e é contemplada em cadeiras acadêmicas e em pesquisas de algumas universidades.
Ela foi desenvolvida na Europa, no início do século XX, a partir do trabalho conjunto de um grupo de médicos, liderados pela Dra. Ita Wegman e por Rudolf Steiner, filósofo contemporâneo, sistematizador da Antroposofia.
Uma de suas principais características é a abordagem centrada no paciente a partir de uma concepção de saúde que valoriza sua individualidade e considera que as dimensões emocional, mental e espiritual são tão relevantes quanto a dimensão corpórea nos processos de adoecimento. Ênfase especial é colocada na busca pelo envolvimento do paciente direta e ativamente em seu processo de prevenção, tratamento e recuperação do bem estar por meio de atividades de educação e auto-educação para o cuidado.
No Brasil e no mundo, os médicos que incluem a Medicina Antroposófica em sua prática clínica podem ser generalistas ou especialistas. Eles complementam seu conhecimento com a imagem antroposófica do ser humano e do mundo por meio de uma formação que pode durar entre 2 a 5 anos dependendo do país e do curso. Tratam-se de profissionais graduados em Medicina e regularmente inscritos nos conselhos médicos. No caso do Brasil, os médicos associados à ABMA estão vinculados aos Conselhos Regionais de Medicina. A formação coordenada pela ABMA, por meio de suas confederadas tem a duração de 2 anos compreendendo o mínimo de 282 horas teóricas e 100 horas práticas.
A abordagem terapêutica pode incluir medidas não medicamentosas gerais ou específicas e indicação de tratamentos complementares pelas terapias antroposóficas, como também a combinação de medicamentos antroposóficos, homeopáticos, fitoterápicos ou convencionais. A salutogênse é um componente muito relevante da Medicina Antroposófica.
Os medicamentos antroposóficos podem ser utilizados sob a forma de medicação oral, injeções subcutâneas ou intravenosas. Alguns tratamentos externos consistem em envoltórios, compressas e banhos com o uso de calor, movimentos e ou óleos essenciais de algumas plantas.
Atuando de forma interdisciplinar com outras áreas da saúde e terapias ampliadas pela Antroposofia, a abordagem do paciente pode ser realizada em conjunto com profissionais que atuam por meio da Odontologia Ampliada pela Antroposofia, Psicologia Antroposófica, Euritmia terapêutica, Massagem Rítmica, Terapia Artística Antroposófica, Aconselhamento Biográfico, entre outras.